quinta-feira, 27 de agosto de 2015

evasão


Não sou corajoso.
Se fosse rompía comigo mesmo e nascia outra vez. Não emendava nada do que tenho feito até agora, simplesmente nascia de novo, puro, limpo, preparado para vir ao mundo sem medos.
Digo isto porque por vezes a táctica da fuga ou a evasão calculada é a melhor forma de evitar curiosidades de terceiros ou amargos de boca dificeis de explicar que quanto mais se estendem na informação mais complicados se tornam.
Ontem, regressado do almoço e à porta do edifício onde trabalho, acompanhado de colegas fui abordado por pessoa conhecida. Não do mundo do dia, do que me conhecem os que estavam comigo mas que ficaram expectantes perante o estranho que se aproximou de mim, estendeu a mão e com a outra agarrou também o braço, o ombro, falou perto do meu ouvido a sorrir, coisa de minutos a que eu respondi secamente.
Quem era, perguntou uma colega, mas eu não  respondi, as palavras do estranho atordoaram-me até à surdez.
Todo o almoço foi fora.
 

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