terça-feira, 1 de setembro de 2015

quilómetros de pensar

 
Primeiro dia de férias e sigo viagem para Sul.
A estrada traz-me sempre memórias que não desejo.
Provavelmente porque acompanho a viagem com músicas que me recordam episódios de momentos que foram muito bons. Até se tornarem num bater de porta amargo e incompreensível.
Suponho que comigo sempre tudo há-se ser assim, maravilhoso de inicio, intenso e depois estupido.
A partir de certa altura deixei de investir no meu coração. Não vale a pena se já sei como vai acabar, melhor nem ter começo, melhor uma noite de copos e o flash encantador das luzes a disfarçar no som batido em altos decibéis as palavras que achamos que se dizem.
Não se dizem, mimetizam-se na ponta dos lábios, depois roubam-se beijos a esses mesmos lábios num qualquer recanto escuro, faz-se o resto da noite numa pensão barata onde ninguém conheça ninguém e está tudo bem.
Não percebo porque guardo estes CD's.

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