quinta-feira, 9 de julho de 2015

depois


O costume, o rame-rame do costume, trânsito, trabalho, trânsito, casa.
O que faço depois.
O que sou depois.
O depois.
Perguntam-se onde vou depois do serviço, convidam-me para tomar um copo a propósito do aniversário de alguém que nem sequer conheço muito bem, mas quem me convida tem o hábito de fazer muitas perguntas, quer saber, e já entendi que o meu depois é um mistério. Durante algum tempo, recusei delicadamente e contornei as questões. Não teve efeito. Depois comecei a responder à medida do que era esperado. Deixou-me em paz durante um tempo. Agora a táctica é aceitar, convidou-me para ir tomar um copo, vou, vamos todos, mesmo indo em celebração de quem mal conheço.
Como esta pobre mulher está enganada.
Mas por vezes tenho medo.

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